GOVERNO METROPOLITANO
O princípio federalista estrutura
nosso Estado Nacional; e as esferas de governo são dadas pela União, Estados e
Município. O elemento básico que coaduna estas três esferas de poder é a
autonomia. No entanto, as relações intergovernamentais, historicamente, mostram
a dependência dos governos locais e subnacionais ao Governo Federal.
A descentralização financeira, através
da Reforma Tributária, é um novo alento para que se possa implantar uma
substancial transformação nas relações intergovernamentais. Deve-se atentar
para o fato de que os recursos provenientes desta Reforma Tributária têm
grandes disparidades entre os municípios, de acordo com a função econômica
predominante de cada um. Quando estas alterações financeiras começaram a se
refletir nas relações políticos institucionais e técnico-administrativas
intergovernamentais, o processo de redimensionamento de suas funções estará em
andamento.
A capacidade técnico–administrativa dos
municípios sempre foi pouco aprimorada e este processo de autonomização deve
privilegiar o desenvolvimento de conhecimento técnico. Este aspecto, num
primeiro momento deve propiciar uma organização eficiente e competente para
atender às demandas da população. Outra alteração importante neste contexto diz
respeito a um sistema de planejamento que vise o desenvolvimento
sócio-econômico do Município, embasado na participação popular e buscando uma
distribuição justa e democrática de recursos.
Cabe ressaltar que as relações
intergovernamentais (entre os governos municipais) devem aglutinar esforços e
recursos na busca soluções para os problemas comuns, principalmente os
metropolitanos. A cooperação de municípios cumpre papel importante,
principalmente na articulação de interesses comuns com os outros níveis de
governo.
É importante que a ação conjunta intermunicipal
seja um instrumento a ser considerado na condução da institucionalização da
Região Metropolitana da Grande Vitória com um governo supramunicipal. Não há
modelos ideais que se adequem a este caso, no entanto algumas experiências de
consórcios e Autarquias Intermunicipais e Convênios técnicos de prestação de serviços
comuns possibilitam alternativas a serem estudadas.
A política a ser adotada deve valorizar a democracia participativa
(aglutinando a sociedade civil organizada) ampliando a discussão sobre o
assunto. No que diz respeito à organização da ação, isto é, a sistematização
deste processo, as coisas parecem estar bastante obscuras e não saíram do lugar.
É importante que seja viabilizada uma
cooperação intermunicipal formada de decisões sobre a Região Metropolitana. A
proposta existente para implantação deve ser analisada bem como estudo de
alternativas, como, por exemplo, a unificação dos municípios. No entanto o
processo deve ser desencadeado a partir de uma cooperação intermunicipal e de
uma atuação integradora do governo estadual.
O caminho para a criação do Governo
Metropolitano deve ser percorrido através do entendimento entre as forças
políticas regionais e capitaneado pelo estado. É imprescindível para o
desenvolvimento desse território.
Qualquer alternativa
político-institucional sobre a Região Metropolitana capixaba implica em se
afirmar a característica sócio-espacial (indiscutivelmente apoiada na
complexidade dos territórios envolvidos neste mesmo contexto urbano) e de um
sistema de planejamento integrado com um Plano Diretor Metropolitano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário