segunda-feira, 4 de janeiro de 2016




Desenvolvimento METROPOLITANO
O intenso processo de metropolização da Grande Vitória, nas últimas décadas, não veio acompanhado de um planejamento governamental e nem de um maior investimento em infraestrura de mobilidade. A metrópole capixaba tem geográfica e economicamente um acelerado crescimento e sua expansão territorial, com grande parcela de investimentos privados, estão em descompasso com as iniciativas de gestão pelo poder público. Novos eixos de desenvolvimento são consolidados em Vila Velha, Cariacica, Viana, Serra e Vitória a partir de grandes investimentos da iniciativa privada em função de um mercado em cada vez mais competitivo territorialmente e predominantemente com a lógica da especulação imobiliária. Desse modo, novos bairros urbanizados, shoppings, distritos industriais, centros comerciais, hospitais ou grandes edifícios comerciais e residenciais, que funcionam como polos de atração de pessoas e cargas, se consolidam como empreendimentos geradores de fluxo e de novas demandas por serviços públicos.  A qualidade de vida metropolitana depende de um equilíbrio entre os novos empreendimentos imobiliários e o imprescindível planejamento na expansão de obras e serviços públicos.
Os eixos de crescimento em direção ao litoral norte, no município da Serra, e no litoral sul no município de Vila Velha, são processos de uma mesma matriz de expansão residencial e de serviços. A matriz viária para a mobilidade metropolitana deve ser tratada por uma mesma política de gestão territorial explicitada no uso e ocupação do solo em cada município e com base no Plano Diretor, o que não acontece hoje. Da mesma forma que o arco viário do Contorno de Vitória, como eixo entre Serra e Cariacica-Vila Velha e Viana, deve ter papel fundamental no tratamento do poder público como expansão oeste da capital integrado ao território urbano compartilhado. Ou o poder público estadual assume sua responsabilidade e competência para planejar a metrópole, definida na lei que criou a Região metropolitana, ou os processos de investimentos especulativos com novos empreendimentos imobiliários conduzirão a Grande Vitória para uma deteriorização da mobilidade urbana com graves prejuízos para a qualidade de vida.
É imprescindível uma ação governamental integradora das gestões municipais para a elaboração de um Plano Diretor Metropolitano com a definição de eixos de expansão urbana e regiões para adensamento populacional com aproveitamento da infraestrutura e serviços públicos existentes. Cada município da região tem um potencial diferente no contexto do território metropolitano e deve ser incentivada uma sinergia com funções específicas para cada um. Isto é uma gestão metropolitana e que deve ser iniciada com uma discussão sobre uma legislação estadual fixando as diretrizes de estruturação espacial da metrópole capixaba, condicionando assim, todos os planos diretores municipais.  



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