Desenvolvimento METROPOLITANO
O intenso processo de metropolização da Grande Vitória, nas
últimas décadas, não veio acompanhado de um planejamento governamental e nem de
um maior investimento em infraestrura de mobilidade. A metrópole capixaba tem
geográfica e economicamente um acelerado crescimento e sua expansão territorial,
com grande parcela de investimentos privados, estão em descompasso com as
iniciativas de gestão pelo poder público. Novos eixos de desenvolvimento são
consolidados em Vila Velha, Cariacica, Viana, Serra e Vitória a partir de
grandes investimentos da iniciativa privada em função de um mercado em cada vez
mais competitivo territorialmente e predominantemente com a lógica da
especulação imobiliária. Desse modo, novos bairros urbanizados, shoppings, distritos
industriais, centros comerciais, hospitais ou grandes edifícios comerciais e
residenciais, que funcionam como polos de atração de pessoas e cargas, se
consolidam como empreendimentos geradores de fluxo e de novas demandas por
serviços públicos. A qualidade de vida
metropolitana depende de um equilíbrio entre os novos empreendimentos
imobiliários e o imprescindível planejamento na expansão de obras e serviços
públicos.
Os eixos de crescimento em direção ao litoral norte, no
município da Serra, e no litoral sul no município de Vila Velha, são processos
de uma mesma matriz de expansão residencial e de serviços. A matriz viária para
a mobilidade metropolitana deve ser tratada por uma mesma política de gestão
territorial explicitada no uso e ocupação do solo em cada município e com base
no Plano Diretor, o que não acontece hoje. Da mesma forma que o arco viário do
Contorno de Vitória, como eixo entre Serra e Cariacica-Vila Velha e Viana, deve
ter papel fundamental no tratamento do poder público como expansão oeste da
capital integrado ao território urbano compartilhado. Ou o poder público estadual
assume sua responsabilidade e competência para planejar a metrópole, definida
na lei que criou a Região metropolitana, ou os processos de investimentos
especulativos com novos empreendimentos imobiliários conduzirão a Grande
Vitória para uma deteriorização da mobilidade urbana com graves prejuízos para
a qualidade de vida.
É imprescindível uma ação governamental integradora das
gestões municipais para a elaboração de um Plano Diretor Metropolitano com a
definição de eixos de expansão urbana e regiões para adensamento populacional com
aproveitamento da infraestrutura e serviços públicos existentes. Cada município
da região tem um potencial diferente no contexto do território metropolitano e
deve ser incentivada uma sinergia com funções específicas para cada um. Isto é
uma gestão metropolitana e que deve ser iniciada com uma discussão sobre uma
legislação estadual fixando as diretrizes de estruturação espacial da metrópole
capixaba, condicionando assim, todos os planos diretores municipais.
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