CIDADE VIRTUAL
Os munícipes estão, cada dia mais, anestesiados com as mentiras `marquetológicas´ de alguns prefeitos fantasmas que planejam uma cidade virtual. As maquetes eletrônicas e os vídeos com possíveis intervenções urbanas tornam uma fantasia delirante dos governantes, com belas propagandas televisivas e coloridas páginas dos jornais, em peças de propaganda de como seria a cidade.
Assim já vimos desfilar o Metro Fantasma de Vitória, a Revitalização do Centro, a quarta e Quinta pontes, as Orlas inúmeras vezes projetadas e os aquaviários reinventados, as Fabricas de Cultura em obras intermináveis e outras dezenas de maquetes virtuais que a cada dia surgem. Muda-se a maquete para ficar tudo como esta, ao povo só resta mesmo o circo da tv. Gastam-se mais com as maquiagens virtuais do que com as obras essenciais para a cidade.
A vida contemporânea e a política atual transformaram o cidadão em espectador e o prefeito em marqueteiro. A propaganda sobre as belezas e o amor por sua cidade camuflam as necessidades de serviços públicos e infraestrutura. A propaganda é a arma do beócio. Os projetos delirantes escondem administradores públicos incompetentes e políticos carreiristas, usando a passagem pelas prefeituras em trampolim para outros cargos.
A apresentação destes planos e maquetes ideais de cidade esconde a incapacidade de gestão dos serviços públicos essenciais de uma cidade real. Pior ainda, em alguns casos os projetos de um futuro distantes servem como justificativa para a inação imediata. Por exemplo, já que teremos o BRT na cidade do futuro por que a prefeitura iria ampliar e melhorar a geometria viária da cidade? Por que melhorar os pontos de ônibus e fiscalizar os serviços das empresas? Por que realizar obras nas ruas, calçadas e gestão do transito para melhorar a mobilidade urbana se teremos um BRT?
É um jogo de empurra onde os prefeitos virtuais apontam um futuro ideal e deixam de fazer a gestão da cidade real.
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