terça-feira, 17 de outubro de 2017


METRÓPOLE DO FUTURO

A ruptura no território das metrópoles provocada pela quarta onda da revolução digital transformará os espaços urbanos e a atividade humana. A civilização urbanóide terá de adaptar seu território a essa nova forma de vida tecnológica e isso implicará em repensar o uso e ocupação do solo nas cidades. A amplitude na absorção e implantação dessas novas tecnologias em sua infraestrutura territorial irá diferenciar as metrópoles como lugar de prosperidade e produtora de conhecimento, definindo sua posição na competição global.

O sistema de cabeamento ótico e a banda larga de alta velocidade, com a incorporação de tecnologias digitais no transporte, no consumo e produção de energia. A reciclagem de resíduos sólidos e do saneamento em plataformas digitais, bem como na racionalização de abastecimento, na gestão do trânsito e na segurança pública tornarão a cidade cada vez mais eficiente. Será, pois, a metrópole, um local privilegiado de produção da economia criativa com uma prosperidade compatilhada.

Uma alteração possível será a expansão para uma região maior de influência direta, na medida em que a utilização de plataformas para o trabalho e as alternativas com aplicativos de transportes proporcionarão um espalhamento das cidades. Paradoxalmente, as cidades também necessitarão de espaços de convívio e interação social centralizadores, como bases para congraçamento das comunidades virtuais e as necessárias catarses físicas para consolidação da identidade coletiva.

Essas espacialidades impulsionarão nas metrópoles o policentrismo, onde as comunidades virtuais escolheriam lugares de convívio e troca de experiências grupais. Os eventos combinados em rede aconteceriam em locais (praças, parques ou estações de metro) que não foram inicialmente projetados para essa finalidade, permitindo uma flexibilidade maior no solo e melhor utilização da infrestrutura. Os diversos centros da metrópole também aumentarão suas especializações de acordo com os interesses de grupos ou por serviços, tais como regiões com centros médicos, compras de roupas ou eletrônicos, comidas e conglomerados de educação e treinamento, dentre outros.

Os edifícios serão reprogramáveis, mudando seus usos de acordo com os interesses locais e se adaptando rapidamente às novas atividades demandadas. Ou poderia ter múltiplos usos agendados e controlados digitalmente de acordo com as necessidades das comunidades virtuais, ou seja, um prédio pode ser um centro social, um ginásio, uma feira, uma boate, um teatro, uma escola ou outros usos adaptáveis.


Na medida em que essas infraestruturas em tecnologias de informação e comunicação conectem cidadãos, governos, empresas, fábricas, consumo e equipamentos educacionais, as metrópoles serão espaços de experimentação, geração de conhecimentos e pólos transformadores de idéias em valores na economia global.

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