quarta-feira, 6 de abril de 2016


AGONIA DO CENTRO DA CAPITAL

O centro de Vitória vem sofrendo um processo de esvaziamento ao longo de muitos anos. Agora com a crise econômica aguda fica patente que aquele território é o mais frágil da nossa capital. As poucas lojas que ainda resistiam naquele ambiente econômico minimamente competitivo sucumbiram e fecharam suas portas. A morte anunciada do Centro da Capital vem sendo alardeada por arquitetos urbanistas desde a década de 1970.
No entanto, a junção de três fatores nestes últimos anos tornou a agonia do centro um prenúncio iminente de morte. O primeiro fator que contribuiu foi o deslocamento do centro comercial para a Enseada do Suá a partir da década de 1990. O segundo fator foi a falta de incentivos na lei de uso e ocupação da cidade com vantagens objetivas para o Centro, o chamado Plano Diretor Urbano - PDU. E o terceiro fator, essencial, é a falta de uma gestão municipal competente e capaz de incentivar investimentos e executar melhorias na infraestrutura deste território.
As ações virtuais que foram pensadas até agora apenas produziram muita mídia e propaganda e pouca efetividade econômica. Os governos municipais apenas usam o centro para produzir vídeos e mensagens tautológicas do tipo “eu amo o centro de vitória”. E quem não amaria os recantos da história de sua cidade?
A cidade de Vitória precisa cuidar de seu centro histórico e criar alternativas para o desenvolvimento desta região. É preciso revisar o PDU propiciando que os terrenos do centro possam ter maior e melhor ocupação, com verticalização. Criar corredores exclusivos de transporte coletivo apenas no centro, onde terminais de passageiros fiquem no sul e norte da ilha, evitando que todas as linhas de ônibus passem por ali. Reativar o uso do aquaviário interligado aos terminais do Transcol.

No entanto, tudo isso e muito mais poderia ser feito. Mas precisa começar com um planejamento urbano e com incentivos econômicos para que os empreendedores percebam que investir em novos edifícios no centro pode ser lucrativo. Revitalizar o centro passa necessariamente por reativar o interesse para reusar e reocupar esse território. Isto se consegue com melhorias nos índices urbanísticos no PDU do centro. Não apenas isto, mas deve ter uma sinalização clara da cidade em seu PDU que quer revitalizar seu centro histórico.

Um comentário:

  1. Aqui em São Paulo, o movimento Viva o Centro consegue alguma voz junto a Câmara e prefeitura. Em Vitória não há nada disso? Ninguém cobra do prefeito as suas promessas para o centro da cidade?

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