AGONIA DO CENTRO DA CAPITAL
O centro de Vitória
vem sofrendo um processo de esvaziamento ao longo de muitos anos. Agora com a
crise econômica aguda fica patente que aquele território é o mais frágil da
nossa capital. As poucas lojas que ainda resistiam naquele ambiente econômico minimamente
competitivo sucumbiram e fecharam suas portas. A morte anunciada do Centro da
Capital vem sendo alardeada por arquitetos urbanistas desde a década de 1970.
No entanto, a junção de
três fatores nestes últimos anos tornou a agonia do centro um prenúncio iminente
de morte. O primeiro fator que contribuiu foi o deslocamento do centro
comercial para a Enseada do Suá a partir da década de 1990. O segundo fator foi
a falta de incentivos na lei de uso e ocupação da cidade com vantagens
objetivas para o Centro, o chamado Plano Diretor Urbano - PDU. E o terceiro
fator, essencial, é a falta de uma gestão municipal competente e capaz de incentivar
investimentos e executar melhorias na infraestrutura deste território.
As ações virtuais que
foram pensadas até agora apenas produziram muita mídia e propaganda e pouca
efetividade econômica. Os governos municipais apenas usam o centro para
produzir vídeos e mensagens tautológicas do tipo “eu amo o centro de vitória”.
E quem não amaria os recantos da história de sua cidade?
A cidade de Vitória
precisa cuidar de seu centro histórico e criar alternativas para o
desenvolvimento desta região. É preciso revisar o PDU propiciando que os
terrenos do centro possam ter maior e melhor ocupação, com verticalização.
Criar corredores exclusivos de transporte coletivo apenas no centro, onde
terminais de passageiros fiquem no sul e norte da ilha, evitando que todas as linhas
de ônibus passem por ali. Reativar o uso do aquaviário interligado aos
terminais do Transcol.
No entanto, tudo isso
e muito mais poderia ser feito. Mas precisa começar com um planejamento urbano
e com incentivos econômicos para que os empreendedores percebam que investir em
novos edifícios no centro pode ser lucrativo. Revitalizar o centro passa
necessariamente por reativar o interesse para reusar e reocupar esse território.
Isto se consegue com melhorias nos índices urbanísticos no PDU do centro. Não
apenas isto, mas deve ter uma sinalização clara da cidade em seu PDU que quer
revitalizar seu centro histórico.
Aqui em São Paulo, o movimento Viva o Centro consegue alguma voz junto a Câmara e prefeitura. Em Vitória não há nada disso? Ninguém cobra do prefeito as suas promessas para o centro da cidade?
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