sábado, 17 de dezembro de 2016

CIDADE, POLÍTICA E POLÍCIA

Política vem do grego “pólis”, que é raiz da palavra cidade. A polícia, termo também da mesma raiz grega, pode conter ainda o sentido de polir, ou seja, apontar aquele elemento que lustra, estabelece limites de convivência e controla a interação entre os cidadãos, tornando-os polidos e com os atributos da urbanidade. Significa, ainda, o ordenamento e a contenção da postura das pessoas em espaços públicos. Assim, a ação da polícia deve se igualar a um processo que objetiva, em suma, criar as condições de civilidade na vida citadina.
A cidade é, pois, consequência de um pacto social onde os limites são (im)postos pela representação normativa e legal para separar a civilização da barbárie. Os espaços públicos requerem uma forma de vida coletiva onde o controle social deve ser aceito tacitamente para estabelecer uma ordem na desordem dos interesses individuais.
O convívio dos cidadãos no território urbano está a cada dia mais sem mediação da segurança policial e retornando à violência primitiva. Tempos estranhos estes em que vivemos, onde as ruas são lugares de passagem fugazes e de medo, com trânsito lento e confuso. E onde as praças ficam desertas de crianças, de namorados, de idosos jogadores de dominó mas abrigam zumbis craqueiros e viraram um verdadeiro deserto cívico.
A idade das trevas flerta com a civilização como uma vanguarda do retrocesso, onde a intolerância crescente das seitas pseudoreligiosas e do sectarismo político populista destroem a capacidade de uso dos espaços urbanos públicos. A polícia na cidade deveria ser um dos elementos essenciais para o ordenamento civilizatório, assim como a educação social para a moral da vida em coletividade e na defesa dos espaços públicos da cidade.
A política em nossas cidades precisa ser resgatada como ação cívica efetiva do conjunto das comunidades para a melhoria da qualidade de vida urbana.  A política deve deixar de ser marqueteira e buscar a gestão do território, com o convívio dos cidadãos nos espaços públicos e a administrando do cotidiano da cidade.
Os prefeitos devem ser percebidos como funcionários públicos, com função de melhorar a cidade e cumprir estas metas em um mandato. Planos e programas de governo eleitoreiros, descolados da realidade financeira da cidade devem ser tratados como propaganda enganosa e ter penalidades no fim do mandato.
Os administradores das cidades precisam de uma lei de responsabilidade eleitoral, onde as propostas fantasiosas e não cumpridas representariam uma sanção de impedimento do estelionatário político se candidatar a novo cargo público.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Superporto capixaba


A estruturação territorial da metrópole capixaba foi se especializando historicamente a partir das atividades portuárias e do comércio exterior, em uma localização estrategicamente privilegiada geograficamente. Em séculos o aglomerado urbano foi incorporando mais atividades, gerando uma complexidade logística típica de grandes centros regionais e que atualmente fazem parte da rede mundial do capitalismo integrado. 

A configuração do espaço das cidades umbilicalmente metropolitanas (Vila Velha, Guarapari, Serra, Cariacica, Vitória e Fundão) precisa ser reestruturada. As diversificadas atividades de serviços, de comércio e de indústrias devem ser compatibilizadas com habitação, lazer e mobilidade urbana, promovendo o desenvolvimento econômico e gerando renda com qualidade de vida para a população. 

No entanto, o estrangulamento do sistema de logística em transportes, sejam os corredores viários e de transporte coletivo, as estradas vicinais, as rodovias estaduais e federais, os portos, os aeroportos, a inoperância de um aquaviário dentre outros modais, estão perigosamente estrangulando e inviabilizando o desenvolvimento metropolitano e do Estado. Os grandes projetos da década de 70 e 80 impulsionaram a economia da grande Vitória, mas agora estão sufocados territorialmente dentro da atual configuração espacial. 

Um planejamento metropolitano com novos grandes projetos e um plano de ação baseado em idéias para o desenvolvimento territorial devem fazer parte de uma política econômica e social para o capixaba na era da globalização. E os portos capixabas devem ser retomados em sua importância estratégica para a economia, ampliando a competitividade regional e com uma maior inserção potencial no processo de globalização. 

Torna-se necessária uma discussão objetiva e séria sobre a implantação de um superporto de cargas gerais e contêineres no Estado. Especialistas capixabas do setor portuário apontam três locais propícios para esse empreendimento na costa marítima do estado, um ao norte na região de Linhares, outro ao sul na região de Anchieta e o terceiro em Praia Mole na Ponta de Tubarão na região metropolitana. 

A localização deste superporto é inicialmente influenciada pelo calado necessário na plataforma marítima, mas outros aspectos de estratégia e logística terrestre devem ser analisados. O superporto depende de outras atividades complexas e complementares, bem como toda uma infraestrutura em sua retroárea e provoca grande impacto urbano, e isto também deve fazer parte de uma análise mais profunda para escolha do local.

Antonio Chalhub é arquiteto urbanista e mestre em Urbanismo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

MUDA VITÓRIA

A capital deve reforçar sua centralidade na metrópole expandindo o lado oeste da Ilha, através da duplicação da Serafin Derenzi e de nova ponte nesta região.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A MORTE DA CIDADE

A retórica simplista da "qualidade de vida nas cidades decorrente da preservação ambiental" está retirando o essencial da vida urbana.


domingo, 11 de dezembro de 2016

VITÓRIA TEM FUTURO?

O zoneamento urbanístico, quando cria dificuldades para construção e diminui o índice de aproveitamento dos terrenos, está tornando a cidade mais cara.


sábado, 10 de dezembro de 2016

EXPANSÃO DA METRÓPOLE

Devido às dificuldades de mobilidade, Vitória vem perdendo sua capacidade de atrair novos empreendimentos comerciais e de serviços.


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

PENSANDO A METRÓPOLE CAPIXABA E SEU CRESCIMENTO

Com sua geografia difícil e território limitado, há um grande desafio para a expansão de Vitória.